" A beleza de ser um eterno aprendiz..."

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Corpographie :: Pesquisa: O que é Corpographie ?

Corpographie :: Pesquisa: O que é Corpographie ?: Corpographie é uma pesquisa científica realizada entre a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG, Brasil, Escola de Ciência da Informação...

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

KUARUP - texto de Décio Otero

KUARUP, OU A QUESTÃO DO ÍNDIO   

"Um dia, em 1977, propus-me  fazer um espetáculo sobre o genocídio dos índios. Minha preocupação era abordar um tema tão difícil sem cair na mesmice de experiências passadas, quando dançava em óperas e mesmo nos diversos balés que enfocavam esse tema.
       Não queria índios vestidos como certos cantores e bailarinos trajando malhas cor de ferrugem enrugadas pelo corpo, imitando a pele avermelhada dos indígenas.
       Tinha verdadeiro horror aos estereótipos dos cartões postais turísticos sobre nossos índios.
       Guardado em minha discoteca, havia um long- play antigo de músicas dos índios do Alto Xingu, coletadas pelos irmãos Villas-Boas, na década de 50.
       Eram lindíssimas!
       Fui para o estúdio numa noite que Márika ai sair para ensaiar com Ademar Guerra, no teatro, a peça Mahagony 
       Fiquei paradão no silêncio, escutando a música inúmeras vezes.
       Imagens começaram a surgir, fazendo meu racional perceber que, na obra, não deveria enfocar somente a sociedade indígena, mas todas as outras sociedades.
       De uma forma ou de outra, todos estamos sendo dizimados pelas guerras ideológicas, as guerras religiosas, a poluição dos grandes centros e as guerras bacteriológicas. Não seriam índios. seriam trabalhadores dos centros urbanos lutando pela sobrevivência.
       Seria impossível enfocar um assunto que nos toca tão de perto por meio das formas codificadas dos balés estrangeiros, com piruetas e glissades .
       Pesquisei o gestual dos índios, suas crenças e cerimônias religiosas e suas danças, com múltiplas conotações sociológicas, mitológicas, religiosas.
       Tarde da noite, quando voltaram, Ademar e Márika me contaram que estavam temerosos de como eu me sairia da empreitada. rapidamente expliquei-lhes meu projeto e ficaram surpresos e maravilhados.
       No gestual de Kuarup, não foi utilizado nenhum passo acadêmico de escolas clássicas ou modernas.
       Era algo novo, que nascia de dentro para fora, numa linguagem simples e universal, ao mesmo tempo tão fácil de ser executada que qualquer cidadão seria capaz de dançá-la.
       Durante todo o balé, os bailarinos usavam macacões de operários verde-amarelo e somente no final transformavam-se em índios, para celebrar a cerimônia da morte.
       Kuarup foi dançado mundo afora e é um dos balés mais premiados do Stagium, sucesso de crítica e de público."

STAGIUM - AS PAIXÕES DA DANÇA
Décio Otero
Editora Hucitec - SP,1999 -  pag 139-140


Kuarup foi a primeira coreografia que dancei (eu Ismenia rs) no Stagium, tive o privilégio de participar da montagem. Lembro que na estréia, no teatro Municipal de SP, ao final todos mortos, ficávamos deitados no palco com cortina aberta até a última pessoa da plateia retirar-se. Teatro Municipal lotado todos os dias!!!!
Numa das cidades da Hungria, agora não me rocordo qual, os aplausos eram lentos, ritmados e não acabavam nunca, com o público em pé !!!!! Kuarup - obra de arte !!!!
Fabinho, Áurea e eu dançamos durante muito tempo a cena das crianças, uma delícia, mas haja fôlego rs !! O ritual da troca de roupa... lembro das primeiras vezes que apresentamos dentro das escolas, a dúvida era como receberiam...era um momento forte e de muita concentração, mas todos, inclusive adolescentes que poderiam rir ou brincar, sempre assistiram com o maior respeito e atenção.



      

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

40 anos do Ballet Stagium - Lembrando Ademar Guerra

" Do teatro, Márika trouxe Ademar Guerra, parceiro em organizar sensações. Com ele, se meteu, junto com Décio Otero, num túnel de massa de barro onde iam conformando contornos de uma dança que parecia cada vez mais inevitável. Ademar Guerra inteirou-se Stagium."

O BRASIL DESCOBE A DANÇA - Helena Katz -  páginas 60 e 96
Bailarino Fabio Villardi

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Para pensar ...

" Se a dança torna-se adulta em mim, se levantar o braço é um processo que conheço intimamente, que conheço como meu, posso então criar um gesto maduro, individual. À medida que trabalhamos, é preciso buscar a origem, a essência, a história dos gestos - fugindo da repetição mecânica de formas vazias e pré fabricadas. Só assim o trabalho resultará em uma criação original, em uma técnica que é meio e não fim, pois a técnica só tem utilidade quando se transforma em uma segunda natureza do artista.
   Se o bailarino não se trata como ser humano, como pessoa, se não tem amadurecimento para enfrentar situações mais difíceis, sua arte será deficitária. É assim também na aula: é preciso que eu vivencie muitas e muitas vezes um movimento. Não adianta entendê-lo, racionalizar cada gesto - é preciso repetir e repetir, porque é nessa repetição, consciente e sensível, que o gesto amadurece e passa a ser meu. A partir daí temos capacidade de criar movimentos próprios e cheios de individualidade e beleza. "

A DANÇA - Klaus Vianna - página 73
Foto de "Estatutos do Homem" coreografia de Décio Otero
bailarina Ismenia Rogich

domingo, 11 de setembro de 2011

Compartilhando


4 Poemas, encontrados no livro de memórias de Brigitte Bardot
por Marize Matias, domingo, 11 de setembro de 2011 às 13:55


....as aulas de dança me permitiam esquecer toda confusão
como adorava aqueles exercícios na barra - sempre os mesmos -
aqueciam os músculos e colocavam nossos corpos em condição
para o trabalho no centro
eu acolhia a música vacilante da pianista
como o abre-te,Sésamo de minha verdadeira personalidade
a dança me fazia bela
por dentro e por fora
a dança deu-me a postura e a maneira de andar
que me são ao que me parece muito pessoais
ensinou-me a disciplina a coragem física


 http://www.facebook.com/note.php?note_id=265701113450130

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Amanhã , cheia de expectativas... curso novo com  Mariana Muniz e a Silvia Geraldi la em São Paulo.
Depois conto tudo... ansiedadeeeeeeeeeeeeee.
Foto linda essa... trabalho, suor, sonhos, paixão... tinha pouco mais de vinte anos...
Vivi tudo isso, não me arrependo de nada, foi bom demais e ainda é!!!